segunda-feira, 1 de março de 2010

Gavetas da Alma
Nas gavetas da alma eu guardo
Um sentimento sem explicação
Uma vontade de ser feliz
Rabiscos de poemas de amor
Partituras de canções esquecidas
Um lápis quebrado
Uma caneta sem tinta
Poeira inerte pela ação do tempo
Guardo meu luar
Meus raios de sol
Um milhão de estrelas que escolhi
Guardo memórias
Deixo dobrado num canto nosso lençol
Guardo uma saudade terrível que eu queria que fosse embora
Guardo também uma nuvem onde deitamos e fizemos amor
Deixo por ali por tempo indeterminado meus segredos ao lado dos seus
Guardo também o gosto bom do primeiro beijo
Todos os sabores do seu corpo
Um retrato do seu rosto sorrindo
Outro retrato do seu corpo nu
Guardo aquele seu sorriso da primeira manhã
Deixo ali todos os nossos sonhos, pois quem sabe um dia...
Guardo desejos, tensões, tesões e trocas de carinhos
Guardo sentimentos que não tem fim
Guardo naquela gaveta da alma todo o amor que existe em mim
Nessa gaveta também guardo a mais doce e terna saudade
Seu olhar eu deixei ao lado de uma lágrima, ele pode precisar
Na realidade naquela gaveta eu guardei todas as palavras que disse
E também todas aquelas que não consegui dizer
Eu guardei o eu te amo,
E guardei a mim e a você
Naquela gaveta eu guardei num livro escrito toda a nossa historia
Aquela gaveta da alma jamais se trancará
Ela é a gaveta da nossa memória
E a qualquer momento eu posso precisar abri-la
Pra poder um dia quem sabe
Escrever tudo outra vez
Mesmo que não seja em seu corpo
Mesmo que não seja a sua pele
A história continua com o abraçar da lua.

By Everson Russo
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A Tempestade

3 comentários:

Natalia Araújo disse...

Nas gavetas da alma guardo momentos preciosos... Saudades do que vivi...

Lindo seu texto...
Parabéns, Everson...
Sigo tuas palavras.

Abraços

Secreta disse...

Sim, a nossa alma está dividida por varias gavetas, com várias memorias... algumas delas nunca devem ser fechadas.
Beijito.

Sentimentalidades-Todas disse...

Lindo poema. Vigoroso
Dor que alenta, porque depois dela só pode haver crescimento... e a promessa de que um dia outras gavetas serão tomadas de lembraças

Abraços

Mônica